Cara SF
Cara SF,
Decerto já terás sido alvo de uma crise de ciúmes, mas duvido que alguma delas tenha sido de um automóvel.
Pois bem, minha cara amiga, ontem isso aconteceu!
Giríssima e prontinha para o tal café que tínhamos combinado, para finalmente nos conhecermos cara a cara, lá sai de casa, para ir ter com a Caracola e rumarmos até ao ponto de encontro.
Pouco quilómetros depois um barulho estranho (tipo ronco) e a sensação de que o veículo, como tantas outras coisas na vida, “não desenvolve”.
O telefonema da praxe para a assistência em viagem, a espera habitual pelo reboque, o telefonema para a Caracola e a raiva -aquela que nos invade (pelo menos a mim) quando alguma coisa avaria sem razão aparente.
Eu tenho cá para mim que sei qual foi o motivo da avaria: excesso de atenção e de mimo.
Durante a “crise dos combustíveis”, a “senhora” que ontem me deixou apeada, foi alimentada com gásoleo aditivado que, provavelmente, lhe provocou algum choque vitamínico, e andou com o depósito atestado, facto quase inédito nos seus seis anos de vida.
Tudo isto me obriga a concluir que mimo a mais pode ter efeitos perversos e dar ideias erradas sobre a relação que queremos manter com determinados “seres” que pululam no nosso quotidiano.
Voltando a ti, cara SF nada mais resta senão apresentar as minhas sinceras desculpas, embora seja alheia ao problema, mas não à sua origem, o tal excesso de mimo.
Vendo a questão de uma forma positiva, lembra-te do dia de ontem como aquele em que até um carro teve “ciúmes” de ti.
Até um dia destes