terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Parir é dor, criar é amor

Como não podia deixar de ser, hoje à hora do almoço a conversa versou sobre o caso que está nos jornais nacionais (isto sem conotações televisivas), o da brasileira que deu a filha para adopção sem dizer nada ao "suposto" pai da criança. Digo suposto porque segundo parece o referido senhor (se assim se pode chamar a uma pessoa que ignora um ser desde a sua concepção até agora, ou seja, cinco anos depois) só quando soube que a criança estava bem entregue e a ser bem tratada é que se lembrou que afinal até gostava muito dela e que a queria para ele.

Estando, neste momento, a vida da criança em bolandas, não haverá um bem-fadado juiz que, por uma única vez, dê primazia ao bem estar da criança em detrimento da lei. Esta criança, que nunca viu nem pai, nem mãe biológicos, quer, com certeza, estar com as pessoas que nos primeiros cinco anos de vida lhe deram carinho, lhe leram histórias à noite, que brincaram com ela, que lhe deram um açoite ou dois quando foi preciso, mas que acima de tudo, lhe ofereceram uma familia, que os tão importantes pais biológicos lhe negaram. Qualquer juiz, que seja pai, compreende isto. Até eu, que não sou mãe, compreendo.

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